ESTUDOS GERAIS


É TEMPO DE PLANTAR E COLHER! [1]

BASE BÍBLICA: MARCOS 4.26-29
LEITURA DEVOCIONAL: MATEUS 6.31-34; LUCAS 9.57-62

INTRODUÇÃO:
            Mais uma vez estamos no final de um ano, faltam apenas dois dias para 2008. A maioria das pessoas passou o ano de 2007 trabalhando muito para chegar ao final do ano e desfrutar de um período de férias, um período de descanso. Alguns pagaram pacotes turísticos, outros fizeram uma poupança para as férias e outros ainda, apenas procuraram manter suas contas em dia para terem alguns dias sem preocupação em casa mesmo.
            O fato é que nos empenhamos muito para podermos desfrutar, nem que seja um pouquinho, do fruto do nosso trabalho.
            É normal que seja assim, pois não levaremos nada desta vida. Apenas trabalhar para acumular bens e dinheiro é fútil e vazio. A vida tem objetivos mais nobres com os quais podemos gastar nossos recursos materiais.
            No plano espiritual é muito semelhante. Hoje trabalhamos arduamente para desfrutar os benefícios desse trabalho na glória vindoura com a colheita das almas que semeamos e cultivamos. Mas se nos concentrarmos nas questões dessa vida, certamente deixaremos aquilo que é mais importante. Vamos ver o que Jesus falou a respeito do Reino Eterno de Deus e a nossa parte nele.

Leia o texto bíblico base, antes de continuar para melhor aproveitamento. Caso não tenha acesso a uma Bíblia, vá até a página inicial do site para ouvir, na aba “Serviços”, depois “Bíblia Online”. Selecione: Livro 
Capítulo 
Língua 
Na barra de tempo do Windows Media Player, o texto indicado se encontra entre 4:20 à 4:56 minutos.


VERDADE PRINCIPAL: O REINO DE DEUS É A PRIORIDADE DO CRISTÃO.

PARA REFLETIR: Você já se perguntou o que realmente é importante nessa vida? O que realmente importa que você deva dar atenção especial em 2008?

Vejamos três atitudes de um cristão que prioriza o Reino de Deus:

A 1ª atitude é

1 Lançar a Boa Semente do Evangelho.

“Ele prosseguiu dizendo: O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra.” (Marcos 4.26). Jesus apresenta uma parábola que descreve o Seu Reino no plano presente e vindouro. O Reino de Deus é real e presente através da atuação do Espírito de Deus por meio do Corpo de Cristo, que é a família espiritual – os salvos. O Supremo semeador é Cristo, que semeou o seu sangue sobre a terra, para que pudéssemos frutificar por meio dele. No entanto, ao mesmo tempo em que somos a terra que recebe a semente do Evangelho da salvação, uma vez redimidos pela obra do Cordeiro, nós também nos tornamos os semeadores arregimentados pelo Supremo Semeador – Jesus Cristo, para a semeadura do Seu Reino através do Evangelho.


A semeadura é minha e sua tarefa, é tarefa dos salvos, da família espiritual. O trabalho do semeador é fundamental. Sem semente lançada, não haverá colheita, como nos diz o apóstolo Paulo: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10:14). Essa tarefa foi dada exclusivamente para mim e para você, para o Corpo de Cristo.

Anjos anelaram essa missão, mas cabe aos redimidos o anúncio da redenção: “A eles (aos profetas) foi revelado que estavam ministrando, não para si próprios, mas para vocês, quando falaram das coisas que agora lhes foram anunciadas por meio daqueles que lhes pregaram o evangelho pelo Espírito Santo enviado dos céus; coisas que até os anjos anseiam observar.” (1 Pedro 1.12).Portanto, o “novo ano” está por chegar – o Dia da Salvação. Mas ainda estamos no meio do nosso trabalho árduo, o ano da anunciação da Graça ainda não findou.  Agora/hoje é tempo de semear, semear e semear o Evangelho da Salvação, como disse Jesus quando leu a profecia de Isaías a seu respeito: “18 O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos 19 e proclamar o ano da graça do Senhor” (Lucas 4.18-19).

Quais sementes você tem preparado para lançar em 2008? As sementes do egoísmo, da avareza, do lazer, do trabalho, etc? Todas essas sementes lhe trarão um retorno momentâneo e passageiro. Nada disso ficará para a eternidade. Ao invés disso, prepare as sementes do amor ao próximo e do Evangelho da Salvação. Se lançares estas sementes sua colheita será maravilhosa e perdurará para a eternidade.
A 2ª Atitude é:

2 Descansar e confiar na obra do Espírito Santo.

“Noite e dia, estando ele dormindo ou acordado, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como.” (Marcos 4.27).Nenhum agricultor que semeia a semente, após tê-la lançado, vai e a descobre para ver se está germinando. Ele a planta e aguarda pacientemente que ela germine, brote e cresça até alcançar a estatura de uma planta completa. O controle sobre a semeadura não é nosso! O desenvolvimento da semente se dará no tempo certo. “Noite e dia, estando ele dormindo ou acordado...”, é uma ação transcendente, sobrenatural, que está fora de nós, além de nós. Nós somos apenas os instrumentos, o meio pelo qual a semente chega ao solo preparado para germinar, desenvolver e frutificar.

O texto continua dizendo: “... embora ele não saiba como.” Quem de nós pode compreender a obra do Espírito em sua própria vida? Quanto mais na vida do próximo? Sabemos que Deus é Soberano para agir segundo os seus propósitos. Como o vento que não podemos conter ou controlar, tal é a ação sobrenatural do Espírito Santo de Deus nas vidas das pessoas. Jesus falou a esse respeito com Nicodemos, quando este O procurou às escondidas numa noite: “O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito.” (João 3.8). E é tão gratificante quando podemos ver que foi Deus quem agiu em determinada situação nas vidas das pessoas em quem temos investido, para quem temos lançado a boa semente do Evangelho. É como apreciar o brotar, o crescimento e a floração de uma plantação até que, finalmente, possamos nos deliciar com seus saborosos frutos.


Temos que relembrar que, em ambas as parábolas, a parábola do Reino de Deus e a parábola do Semeador, que estão inseridas no mesmo contexto, a terra ou o solo, representa os corações humanos, enquanto que a semente é o Evangelho da Salvação em Jesus Cristo. Eneste texto temos uma declaração clara sobre o frutificar da semente: “A terra por si própria produz o grão: primeiro o talo, depois a espiga e, então, o grão cheio na espiga.” (Marcos 4.28). “A terra por si própria”! Não podemos forçar o crescimento de uma planta nem a maturação dos seus frutos. O processo de amadurecimento da vida se dá naturalmente através das provas, sofrimentos e experiências individuais. A tarefa do semeador é plantar, observar e descansar enquanto a semente germina e cresce no solo em que foi lançada. Igualmente, “os filhos de Deus não nascem perfeitos na fé, na esperança, no conhecimento ou na experiência cristã... O mais gigantesco carvalho era, a princípio, apenas uma semente. O homem mais vigoroso já foi apenas um bebê” [2]É bem verdade que, de acordo com a parábola do Semeador, o agricultor precisa preparar o solo e escolher o tempo certo para o plantio da semente. Mas após essa tarefa o desenvolvimento acontece na vida de cada um individualmente e por responsabilidade pessoal.
Paulo fortalece esse ensino quando alerta para a necessidade de cada pessoa dar continuidade ao desenvolvimento da sua própria salvação: Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor;” (Filipenses 2:12 RA). No versículo seguinte temos a afirmativa de que Deus é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar. As duas idéias se completam uma vez que, Deus é Soberano e tem todo o domínio e controle das nossas vidas em suas mãos, ao mesmo tempo em que somos responsáveis pelas nossas próprias escolhas. Por isso creio que Paulo acrescenta à tarefa de desenvolver a salvação “com temor e tremor”, pois é algo sério, muito importante e do qual teremos que prestar contas a Deus no dia do Tribunal de Cristo, onde as obras dos cristãos serão julgadas para a recompensa do galardão: “Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más.” (2 Coríntios 5.10).
Ainda no ensino paulino temos uma tremenda lição dada aos cristãos de Corinto, quando estes iniciam uma discussão sobre facções, identificando-se com os apóstolos ou presbíteros dizendo: “eu sou de Paulo... eu sou de Apolo... eu sou de Cristo”, ao invés de serem unidos em Cristo como um só corpo. Paulo declara que isso não é bom e que de fato, Deus usa tanto Paulo como Apolo para realizar a Sua obra: 6Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer; 7 de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento.” (1 Coríntios 3.6-7). Mais uma vez podemos descansar Naquele que opera todas as coisas através de nós. Precisamos fazer a nossa parte e confiar na parte que Deus fará, a obra sobrenatural do quebrantamento dos corações.

A 3ª Atitude é:

3 Colher e desfrutar da colheita.
Temos amigos plantadores de arroz em Bagé/RS. Lembro de um ano em que os visitamos em dias de colheita do arroz. Marvin trabalhava dia e noite. Fortes holofotes guiavam as grandes colheitadeiras entre a plantação. Não podiam perder um minuto sequer para que não perdessem a safra com o rico das chuvas de verão e do granizo. “Logo que o grão fica maduro, o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita.” (Marcos 4.29). Nosso amigo Marvin jamais colheria as espigas de arroz se elas não estivessem cheias e maduras. Mas foi necessário que ele aguardasse que o tempo, a chuva, o sol, o calor e o frio terminassem a sua parte no amadurecimento das espigas cheias. Quando falamos de que precisamos nos esforçar para que nossas células multipliquem, isso não significa, em hipótese alguma, que somos responsáveis em forçar a conversão dos nossos “oikos[3], uma vez que isso se dá unicamente pelo toque do Espírito Santo. Infelizmente já perdemos pessoas muito especiais por terem acreditado nessa mentira. Nosso esforço deve estar em lançar a semente e acompanhar as pessoas, o restante é obra do Espírito Santo. Jesus falou a respeito do Espírito e de uma de suas funções quando Ele fosse enviado, o que ocorreu no pentecostes: “Quando ele vier (o Espírito Santo), convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” (João 16.8).  O Espírito Santo já está conosco. Ele convence as pessoas! Nós somos apenas os instrumentos, por meio de quem Ele atua.
Mas a meta final é o tempo da maturidade, a hora da colheita. Jesus utilizou novamente a figura do campo para alertar seus discípulos a respeito de dois aspectos sobre a colheita: “35 Vocês não dizem: 'Daqui a quatro meses haverá a colheita'? Eu lhes digo: Abram os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita. 36 Aquele que colhe já recebe o seu salário e colhe fruto para a vida eterna, de forma que se alegram juntos o que semeia e o que colhe. 37 Assim é verdadeiro o ditado: 'Um semeia, e outro colhe'.” (João 4.35-37).

1º) Devemos estar de prontidão para a colheita a qualquer instante: Os discípulos haviam voltado da cidade trazendo comida e encontraram o Mestre conversando com a samaritana. Após ela sair, insistiram com Jesus para que comesse algo, mas sua resposta foi:“A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra”. Jesus estava se referindo a importância e a urgência em colher os que estavam prontos para receber o Evangelho, como aconteceu com a mulher samaritana. E em seguida ele os alerta: Abram os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita. Mais importante do que se preocupar com as necessidades físicas, é trabalhar para a implantação do Seu Reino e a salvação de muitas vidas. O tempo da colheita está chegando ao fim. O tempo da Graça de Deus está por findar. Agora é hora de colher o que se plantou!

2º) Nem sempre aquele que semeia é o que colhe: Muitas vezes podemos investir bastante tempo na vida de uma pessoa e quando menos esperamos, perdemos o contato com ela. Jesus lembrou os discípulos: Um semeia, e outro colhe”. Aquilo que semeamos ficará na vida da pessoa que mais tarde poderá germinar, crescer, florescer e frutificar. Então Deus poderá enviar outro cristão que fará a colheita do fruto da semente que havia sido lançada por nós. E o melhor de tudo é que não há necessidade de concorrência. Pelo contrário, a vitória é do Reino, como numa equipe de futebol bem entrosada, onde até os jogadores que estão no banco de reservas comemoram o gol feito pelo atacante do seu time, como podemos ver na afirmativa de Jesus: “de forma que se alegram juntos o que semeia e o que colhe”. 

Conclusão:

1.      Estamos no mundo para glorificar a Deus através da expansão do seu Reino. Como o Reino de Deus se expande? Através das conversões, das pessoas se e entregando ao Senhorio de Cristo e sendo salvas para a glória Dele.
2.      Por isso temos que fazer a nossa parte que é testemunhar com atitudes coerentes e com palavras; e evangelizar no momento oportuno. Não esquecendo-nos de que a obra é do Espírito Santo e nós, apenas os Seus instrumentos.

Para aplicar em sua vida:

1.      Como você pode servir melhor no Reino de Deus em 2008?

2.      Qual será o seu primeiro passo?









Discipulado: 

prioridade para o crescimento da Igreja




Jesus estabeleceu para a Igreja algumas prioridades, que fluíram a partir do derramamento do Espírito (At. 2). Vemos que os primeiros cristãos consideraram a comunhão dos santos (At. 2.42,46), a adoração ao Senhor (At. 2.47a), a evangelização (At. 2.47b), a ação social (At. 2.44,45) e o discipulado dos recém convertidos (At. 2. 40,41) como prioridades de sua marcha terrestre.

Quero destacar a prioridade do discipulado como modelo para o crescimento da Igreja, cumprindo a determinação do Senhor: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século. (Mt. 28.19-20).

Por discipulado entenda-se o processo em que o novo convertido recebe todas as instruções indispensáveis para sua formação e crescimento de sua fé, até que esteja apto a fazer outros discípulos, reproduzindo assim o modelo do caráter cristão descrito em 2 Tm. 2.2: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.”

Vemos que o crescimento explosivo da Igreja no Século I se deu por meio do discipulado. Jesus formou o seu grupo de discípulos, inicialmente com os 12 (Mt. 10.1-4), depois com 70 (Lc. 10.1) e, finalmente, com mais de 500 discípulos (1 Co. 15.6). Logo após o Pentecostes, os discípulos começaram a multiplicar, ensinando e batizando aqueles que iam sendo salvos. Jesus optou pelo discipulado como meio de alcançar todas as nações (Mt. 28.19-20), pois este modelo de crescimento supera as barreiras temporais, isto é, funcionou no passado, funciona hoje e funcionará até o arrebatamento da Igreja.

Quando Jesus estava na Terra muitos quiseram segui-lo, mas não pagaram o preço do discipulado (Mt. 19.16-24). O chamado de Cristo inclui renúncia, abnegação e compromisso com o Mestre. Podemos ver a diferença entre os seguidores e os discípulos na “Primeira Multiplicação de Pães” (Jo. 6.5-13). Jesus fez o milagre, mas deu aos discípulos a incumbência de alimentar as multidões. Note que os seguidores vivem atrás dos sinais, mas são os discípulos quem operam sinais (Mc. 16.17-18). Um dia depois de saciar a multidão, o discurso de Cristo foi mais veemente, e, por conta disto, os seguidores deixaram-no, ficando com o Mestre apenas os verdadeiros discípulos (Jo. 6.60-68). O seguidor está apenas envolvido com Cristo, enquanto o discípulo está totalmente comprometido com Ele.
A Igreja atual deve investir maciçamente no discipulado, pois trata-se da formação do caráter de Cristo (Ef. 4.13) nas pessoas que aceitam a Jesus como Salvador, e também do melhor meio para que os crentes se tornem frutíferos na obra e sadios na fé. A falta de discipulado na Igreja produz crentes fracos espiritualmente e descomprometidos com a cruz de Cristo (Mt. 16.24). Sem falar no grande número de seitas e heresias que enganam diariamente muitos cristãos sinceros, que desconhecem as doutrinas cardeais da fé cristã (2 Pe 3.18). Além disso, a Igreja sem discipulado estagna seu crescimento e compromete o seu futuro, gerando com isso muitos desviados, que não permanecem servindo a Deus pela falta de estrutura de fé (Mt. 7.26,27).
Amado irmão, não se contente em apenas fazer com que o pecador aceite a Jesus como Salvador, ensine-o a identificar-se com Cristo, desde seus primeiros passos de caminhada de fé por meio de um método sério de discipulado. Você verá que quando este crente amadurecer, será um verdadeiro discípulo do Senhor, o Mestre por excelência.

Pastor Silvio Luiz

Sem comentários:

Enviar um comentário